Qualquer coisa
Oct 24, 2021
nesta tarde chuvosa modorrenta de domingo
distante do burburinho incessante da cidade
em mim tudo permanece parado e ainda vivo
no almoço extravagâncias salgadas de carboidratos
sucedidas por guloseimas afrontadiças da diabetes
arrematadas por cafezinho de coador sem açúcar
vem uma vontade de erguer os braços
momento de contentamento sem culpa
num mundo em que abunda o torto
a vida parece até ter plenitude
ao se descobrir que para viver
só se necessita pouco de tudo
sou eterno enquanto mortal ignorar a morte
pois estando vivo para mim ela não existe
e uma vez tendo morrido dela nada saberei