Vinda posterior

Eduardo Barchiesi
1 min readSep 22, 2019

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no tempo que se amarrava cachorro com linguiça e

se transportava água em canais apoiados em pórticos

vinho tinto já trazia benefícios ao corpo e ao espírito

relâmpago clarões no céu bastante atemorizadores

surgiram as metrópoles cada vez mais e mais verticais

muitos altares foram abandonados sobre outros pilares

o ser humano quis ser suportado agora talvez seja tarde

pra se voltar atrás solução só novo derrame de basalto

narciso necessita lago tranquilo onde possa se espelhar

são singulares os carros alegóricos da escola pública nas

particulares os pais preferem pros filhos não se misturar

a grade curricular da penitenciária prevê ensino de assalto

o acórdão não se coaduna com os acordes do vento nas dunas

comendo de marmita estranho ser apenas sargento e opulento

na favela do alemão é normal os dissabores vir em várias cores

e os transeuntes nem ligam mais pro presunto lançam olhares

curiosos destilam curiosidades menos amenas nas volúpias

expostas publicamente no jornal das dez as pessoas calmas

seguem em manada na busca de um meio de ficar inteiro

uma vez que o número de vagas está destinado aos amigos

do presidente previdente mandou libertar muitos escravos

formou exército de maltrapilhos pilhados em maus odores

o suor escorrendo aos montes pela fronte é sinal de sol

brilhando no horizonte os pobres de bolso batem palmas

movidos por ambição desenfreada a cambada solta o freio

de mão deixa o caminhão despencar na banguela decifrar

o segredo não será preciso preciso ser pouco mais preciso

ou não sei lá devagar com o andor que o santo sente dor

http://eduardobarchiesi.blogspot.com.br/

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Eduardo Barchiesi
Eduardo Barchiesi

Written by Eduardo Barchiesi

Poetastro perdido no próprio rastro

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